quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Conceitos Básicos 2













Inteligência Redencional - A Queda do Homem

Como já trabalhamos num post anterior, voltamos ao exercício de conceituar adequadamente o que desejamos tratar nesse tema: "Inteligência Redencional". 
Anteriormente, tratamos o conceito básico da idéia bíblica de Redenção, agora nos esforçaremos para conceituar a idéia bíblica de "inteligência".
A idéia mais simples do conceito do que é "inteligência" é definida como sendo a capacidade de absorver e aplicar o conhecimento e habilidades de forma prática. Conforme um amigo, psicólogo, Julio Cesar, as inteligências são múltiplas, podem ser dividas em capacitações e conhecimentos matemáticos, motores, artísticos, emocionais etc. 
Nesse pequeno artigo, desejo trabalhar o conceito de Inteligência Redencional, definindo-a principalmente como a capacidade de aplicar o conhecimento específico sobre sua condição espiritual em relação à Deus e como, seguindo a Sabedoria do Alto (Escrituras Sagradas - Revelação Inspirada por Deus), tornar mais estreito esse relacionamento, agindo positivamente em direção ao projeto redencional de Deus.


Explicando o Projeto Redencional de Deus
Como já temos trabalhado em posts anteriores, o primeiro passo a ser considerado é a capacidade do homem de conceber a obra redencional de Deuis. A Bíblia é a fonte de revelação segura sobre esse processo redencional. Não são poucos os textos bíblicos que nos informam que Deus está agindo em busca de resgatar a raça humana do cativeiro a que foi submetida pelo pecado e restaurar a plenitude do seu relacionamento consigo.
A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mais por causa daqueles que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo (Romanos 8.18 a 23).
Podemos notar claramente que o processo se cumprirá em favor dos homens e atingirá toda a Criação. No contexto dessa afirmação paulina, encontraremos justamente a discussão da profundidade do cativeiro do pecado e de como os homens se afastaram de Deus (Romanos 1.18ss; 3.10 a 18; 7.7 a 25 etc), mas também como, em Cristo Jesus, os homens podem confiar na obra redentiva de Deus (Romanos 8). 


1) O Problema da Queda da Mente Humana
O pecado produziu profundos efeitos na estrutura vital do homem. Mas, principalmente, os efeitos sobre a estrutura vital do homem recairam sobre sua capacidade de pensar em relação a Deus. A esse fato da queda do homem, os teólogos costumam denominar: os efeitos noéticos do pecado. 
Quando o homem foi criado, Deus o colocou sobre um estado de prova. A prova a que fora submetido o homem tinha a ver com a restrição que Deus fizera à árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. 
Gostaria de chamar a sua atenção para o fato de que Deus propõe uma prova que tem como fundamento um desafio ao homem sobre como ele adquirirá conhecimento em relação a Deus e ao mundo que Ele criou. 
NO capítulo 3 de Gênesis, veremos a tentação do homem. Ali, o relato nos diz que o Diabo, encorporado na serpente, aproxima-se do casal humano (representantes gerais da humanidade - nossos primeiros pais) e lhes conclama a comer do fruto da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, com a proposta de que esse conhecimento será libertador para eles. Aqui uma redenção às avessas é proposta à raça humana. Uma redenção em relação a Deus. 
Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar conhecimento, tomou o fruto e deu ao marido, e ele comeu (Gênesis 3.6). 
O primeiro efeito sequencial foi a quebra no relacionamento do homem com sua mulher, eles conceberam em sua mente a vergonha pela nudez, e da mesma forma, agiram assim para com Deus. O desvio da mente, produziu desvio nos relacionamentos, que via de regra, são a principal fonte de problemas para a vida dos seres humanos. 
Procuraremos não nos delongar demais no uso de variados textos bíblicos, por isso selecionaremos alguns que nos mostrem que a queda do homem é, primordialmente, uma queda da capacidade mental do homem de se relacionar com Deus. 
... porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes  coração insensato (Romanos 1.21).
Eis o que tão somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias (raciocínios) (Eclesiastes 7.29). 
Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2 Coríntios 11.3). 
Muitos textos da Escritura nos mostram o caminho da queda do homem a partir dos seus pensamentos e da sua incapacitação para se relacionar com Deus. Dentre muitos dos mais significativos textos sobre esse assunto, encontraremos a palavra hebraica "levih" (coração). Faz-se necessário lembrar ao leitor que o termo "coração" na bíblia é na maior parte dos textos utilizado como sendo uma referência à capacidade de pensar, raciocínar e discernir, em outras palavras, o vocábulo aponta para a mente do homem (não trataremos essa conceituação nesse texto, pois o já fizemos em outro material).
Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que em continuamente mau todo o desígnio do seu coração (Gênesis 6.5). 
Enganoso é coração, mais que todas as cousas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá (Jeremias 17.9)?
Porque dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus designíos, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem (Marcos 7.21 a 23). 
O homem, diferentemente de todo o restante da criação marterial, foi criado com a capacidade de raciocinar. Essa capacitação, dada por Deus, permite ao homem que discirna sobre Deus, seus atributos gloriosos e, assim discernindo, adorá-lo em uma condição muito melhor que todo o restante da Criação, pois o homem pode conhecer a Deus. 
Mas o pecado, interferiu diretamente nessa capacidade causou, então, o desvio do processo natural da adoração humana a Deus e este, se desviou para outros caminhos, quase sempre negando a Deus, diminuindo-lhe a glória ou partindo para a adoração de "outros" deuses. Esses são, necessariamente, o resultado direto dos efeitos do pecado sobre a mente humana. 

2) Os Efeitos da Queda da Mente Humana
O pecado não tornou a vida do homem apenas ruim e cheia de desconforto, ou simplesmente afastou o homem de Deus. A queda, produziu um estado mental em que o homem não deseja reconciliar-se com Deus do jeito de Deus. Quase sempre, o homem lutará contra Deus e a supremacia do Senhor sobre a criação. 
Logo no inicio dessa trágica história da queda, Deus faz um primeiro apelo ao homem e lhe pergunta o que ele tinha feito. A resposta redentiva do homem foi: a mulher que tu me deste! Com essa desleal resposta, Adão procura um refúgio longe de Deus, uma desculpa, que nada mais é que, uma busca de redenção fora de Deus. 
Tivesse Adão caído em prantos diante de Deus e suplicado o seu perdão, clamado pela sua misericórdia e confessado o seu pecado, o que teria acontecido? Particularmente, eu penso que as consequencias do pecado continuariam a existir, mas Adão já estaria no caminho certo, pois sabia que Deus era a sua única saída redencional. 
Portanto, considero como primeiro e mais daninho efeito do pecado sobre a mente humana é a incapacidade do homem de buscar a Deus, e buscando-o, buscar nEle a sua redenção. 
Não há justo, nem um sequer, não quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer (Romanos 3.10 a 12). 
O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende (Isaías 1.3). 
Declara-os culpados, ó Deus; caiam por seus próprios plano. Rejeita-os por causa das suas muitas transgressões, pois se rebelaram contra ti (Salmo 5.10). 
Estes e outros versos da Escritura revelam não somente a incapacidade do homem de buscar a Deus, mas o fato de que ele não o deseja. NO frigir dos ovos, o  homem busca uma auto-redenção, que o liberte de Deus e de tudo o mais, como vemos o salmista declarar no Salmo 2.
Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido dizendo: rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas (Salmo 2.1 a 3). 
Assim pois, o homem se torna alienado de Deus e seus pensamentos em relação a Deus são para a completa ruína desse relacionamento. A redenção que o homem busca é centrada, primordialmente, nele mesmo e, não obstante seus fracassos claros nesse sentido, continua insistindo em seu tortuoso caminho. Por isso, o constante apelo escriturístico para que o homem não viva nesse caminho em direção à destruição.
Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração (Efésios 4.17 e 18). 
Portanto, o homem decaído pensa distorcidamente em relação a Deus e constantemente, questiona o seu Criador, sua importãncia, existência e senho rio sobre suas vidas. Não resta dúvida de que os homens de mente mais brilhante, quase sempre enveredaram-se pelo caminho do ateísmo, agnosticismo ou até mesmo a indiferença à realidade de Deus. Sobre isso, o apóstolo Paulo disse que, considerando-se sábios, tornaram-se loucos, pela nulidade do seus próprios pensamentos (Romanos 1.21 e 22). 


3) O Caminho Redencional Parte da Mente do Homem
Bem, como vimos, a mente ocupa o ponto de partida da contaminação do pecado no homem. Por isso, a obra redenção é, ante de tudo, uma obra de restauração da mente do homem e sua capacitação para reorientar-se na direção de Deus. 
O primeiro aspecto dessa premissa restauracional é que o evangelho é a boa nova que precisa ser conhecida. Por evangelho, não me restrinjo a afirmar apenas o conteúdo do novo testamento ou das boas novas anunciadas depois do nascimento de Jesus Cristo, mas aponto para toda a Escritura como um livro orgânicamente produzido para servir como guia geral à redenção (não trabalharemos da questão da organicidade da Bíblia, visto se tratar de uma matéria que ocuparia espaço demais em nossa discussão, para entendimento desse assunto, sugiro a leitura de bons manuais de teologia bíblica, como os do Dr. Walter Kaiser). 
Porque as armas da nossa milícias não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão (2 Coríntios 10.4 a 6). 
Nesse texto de Paulo, você pode perceber que a linguagem o apóstolo é redentiva, pois ele evoca a busca de libertar os que estão cativos em pensamentos nulos, livrando-os de tudo o que os afasta do conhecimento de Deus. Mas também, você pode notar que ele está dizendo aos crentes de Corinto que eles resistiam tanto a esse tipo de ação redentiva que a arma do apóstolo seria a disciplina, por causa da desobediência. Nisso, logo lembramos, que esses eram os crentes que na primeira carta foram acusados de procurar saídas na sabedoria do mundo, aquilo que Salomão comprovou ser apenas fruto da queda do homem e vaidade de vaidade. 
















quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Redenção - Explicada no Tabernáculo

Os princípios elementares da obra redencional de Deus estão exarados na figura bíblica do Tabernáculo e no próprio trabalho sacerdotal efetuado neste lugar.
Nosso trabalho de hoje é o de conhecer esse modelo pedagógico estabelecido por Deus para educar a nação hebraica na sua reaproximação com seu Criador.
O Tabernáculo de Yaweh possuía características semelhantes à dos templos dos povos, mas havia aquelas características que lhe eram completamente peculiares.  

O Conceito de Terra Santa no Tabernáculo
Um dos pontos que desejamos ressaltar nesse ponto é que o Tabernáculo aponta para a obra redencional, primeiramente, apontando para o contraste entre o santo e o pecaminoso.
O Tabernáculo era um lugar santo, muitas são as afirmações bíblicas de que "ali" repousava a santidade de Deus. Para mostrar o contraste entre a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem, podemos perceber a própria constituição física do Tabernáculo. 
Você, pelo desenho esquemático acima, pode perceber que o Tabernáculo não permitia uma visualização externa e possuía apenas uma entrada, uma pequena porta em sua face oriental (leste). Aliás, deve-se dizer que o Tabernáculo não podia ser montado, em qualquer lugar que fosse, com a porta voltada para outro lugar, senão o Oriente. 
O bloqueio à visão tem o propósito justamente de destacar que o homem não pode ter comunhão com Deus, enquanto não estiver redimido de seu pecado. A porta estreita, mostra como esse caminho à Deus é difícil e requer que todos saibam o caminho não pode ser tomado de qualquer lugar, mas do lugar, segundo o que Deus mesmo prescreveu.
Mas, sem dúvida, o caminho que o Tabernáculo representa acentua esse contraste entre pecado e santidade. Quando você começa a considerar a própria disposição do Tabernáculo isso fica claro. 

A Porta e a Mesa do Sacrifício
Quando alguém adentrava ao Tabernáculo logo se deparava com a mesa do Sacrifício. Esse era o passo necessário para quem, reconhecido de seu pecado e falta para com Deus, desejava ser apaziguado com o seu SENHOR. 
O sacrifício era o único caminho para quem desejava ter um relacionamento vivo com Deus. Não era possível ao pecador achegar-se a Deus em passar pelo sacrifício. Sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados. Essa máxima estava presente no Tabernáculo de Yaweh, que, com isso, procurava fazer seus filhos hebreus compreenderem e valorizarem a sua santidade. 
O Tabernáculo, portanto, era um lugar santo e a iniquidade precisava ser expiada para que o povo fosse redimido de seu cativeiro. 

Continua