Conceitos Básicos

Palavras Iniciais


Uma das primeiras atividades a ser empreendida em nossa jornada de estudos é conceituarmos bem o nosso tema. Desejamos evitar, ao máximo, o ruído de comunicação provocado pelo simples fato de não sabermos exatamente do que estamos falando. 

Seguiremos inicialmente, relembrando que nosso ponto de vista é bíblico, ou seja, o tema será analisado a partir da conceituação bíblica dessa matéria. Para isso, precisamos estabelecer que nosso critério básico para a investigação do tema na Bíblia é a consideração de que ela é a "Inspirada e Inerrante Palavra de Deus". Mesmo que você não concorde com essa conceituação, ao menos saberá qual o nosso ponto de partida e o convidamos a seguir nosso raciocínio até o fim para depois tirar as suas conclusões pessoais. Ainda sobre esse aspecto, quero dizer que o debate, que porventura suscitar os tópicos desse estudo, não se deterão na discussão sobre "Inspiração e Inerrância das Escrituras", pois levar-nos-ia para muito longe do nosso propósito inicial. Sobre esse assunto, há farto material bibliográfico, livros, sites e BLOGS na rede que forneçam boa discussão. 

REDENÇÃO - O Conceito Bíblico da Doutrina Cristã da Redenção
A palavra redenção não é muito utilizada no contexto atual, por isso talvez, o sentido do termo cristão "redenção" não seja fácil de se entender num primeiro momento,sendo repetido por muitos crentes, sem muita consciência do que, de fato significa. 
No Cristianismo, em todos os seus ramos (católicos romanos, ortodoxos, pentecostais, reformados, evangélicos etc), ou pelo menos, na maior parte absoluta deles, a Doutrina da Redenção ocupa um lugar de destaque especial, pois o cristianismo é uma religião centrada na obra redentiva de Deus. Portanto, até mesmo para compreender o que é e como pensa o cristianismo, é fundamental que compreendamos a doutrina da redenção. . 


O Uso do Termo na Bíblia


A palavra "redenção" é utilizada nos textos bíblicos, principalmente no Novo Testamento, indicando, quase sempre, para a obra de resgate que Deus opera em favor do seu povo. Nos Salmos, por exemplo, a "redenção" é quase sempre uma referência à libertação do povo em relação aos seus inimigos, para que vivam exclusivamente para Deus. 


No Salmo 49, por exemplo o conceito geral da "redenção" que o salmista espera e confia é que, mesmo que os seus inimigos tragam-lhe ameaça à vida, Deus o livrará do poder dos seus inimigos pela obra de resgate, que, na pior hipótese do Salmo, acontecerá quando na sepultura, Deus reunir a sua alma a Ele. 

Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois ele me tomará para si (Salmo 49.15). 

De muitas maneiras, o conceito de Redenção foi exemplificado na Bíblia por meio de figuras. Algumas destas figuras são apresentadas na própria ação de Deus em libertar o seu povo de determinadas situações. Com certeza, a libertação do Egito tem um especial cuidado em mostrar a obra redentora de Deus.
Em outras palavras, os textos bíblicos do Velho Testamento trabalham o conceito de "redenção" a partir da obra de libertação que Deus opera em favor do seu povo. Esse conceito é bem concreto no Velho Testamento, pois, quase sempre, o inimigo é um povo inimigo com maior força, sob cuja autoridade Israel é levado a viver, e Deus, por meio de seus "tipos de redentor" (seus servos - ex. Moisés), liberta o seu povo deste jugo e o estabelece para si em sua terra, para o adorar, servir e amar. 
Mas, devemos meditar no fato de que a "Redenção" não é apenas um ato libertador, por causa da opressão de um inimigo. A Escritura, em particular os escritos de Paulo, trabalharão o conceito de forma mais abrangente, aplicando-o à nossa relação pacto-espíritual com o próprio Deus. Por isso, o conceito de libertação, para ser compreendido precisa ser esclarecido à luz da compreensão da natureza do nosso cativeiro espiritual. 
Sem querer avançar muito em textos do Novo Testamento, voltando ao Egito, a Moisés e ao resgate do povo de Deus em relação ao jugo de Faraó, voltamos nosso olhar para o livro de Levítico. Nesse Livro, a grande ênfase é que a aproximação com Deus deve ser feita em santidade. 
Deus havia libertado o povo de Israel do jugo dos Egípicios e o levara à Terra Prometida, onde adoraria a Deus e estabeleceria uma nação exclusivamente para a glória de Deus. Entretanto, os hebreus precisavam aprender algo sobre sua condição espiritual, por isso, o Livro de Levítico estrutura a nação judaica em torno do Tabernáculo e do Sacrifício Expiatório. 
Para essa estruturação, diversas leis cerimoniais são dadas com a finalidade não apenas de purificar o povo para Deus, mas de lhes mostrar didaticamente o poder do cativeiro a que ainda estavam sujeitos: o cativeiro do pecado, que lhes causava a condenação da Lei.Também lhe é dado o Tabernáculo, um local sagrado, onde a obra redencional de Deus seria "vivenciada" por meio das ações prescritas para o trabalho sacerdotal naquele lugar.
Portanto, desde os tempos de Moisés, a idéia de Redenção é fortalecida em termos do relacionamento com Deus e, principalmente mostrando a natureza mais grave do cativeiro humano, que é a condição espiritual do homem e o seu aprisionamento ao pecado. 
O Tabernáculo erigido por Moisés segundo a orientação detalhada de Deus é um bom recurso didático de Deus para ilustrar a sua obra redencional, enfatizando os polos extremos e opostos: a pecaminosidade do homem (o cativeiro do pecado) e a sublimidade da santidade de Deus (a aproximação redencional que Ele proporciona ao seu povo). Consideremos então, esta ilustração bíblica: 







Em nossa próxima mensagem trabalharemos melhor o que significa esse esquema constitutivo do Tabernáculo de Yaweh.