quarta-feira, 15 de maio de 2013

Inteligência Redencional - Gálatas 6. 1 a 18


A Vida No Espírito e o Amor Prático
Gálatas 6.1 a 18

INTRODUÇÃO

Paulo já definiu sua visão sobre o que estava acontecendo nas igrejas da Galácia. Ele diagnosticara que os crentes haviam trocado a segurança da graça de Cristo pelas prática de obras como forma de auto-justiça.
O apóstolo define este comportamento como o andar na carne. Andar na carne consiste em buscar em si mesmo a razão da salvação e da fé. Isso, ganhava proporções grandiosas de idolatria, pois, no final, quem se quedava exaltado era o próprio “ego”.
Como já tratamos anteriormente, este é o ponto que desejamos fortemente contemplar nestes estudos sobre a Carta aos Gálatas: a necessidade de trabalhar o coração para que ele não seja dominado pela natureza carnal, mas pela nova natureza guiada pelo Espírito Santo.
Por isto, Paulo conclui todo o seu argumento propondo a visão clara da carne militando contra o Espírito. Esta visão é seguida de uma orientação fundamental: quais são os resultados da vida de quem anda pela carne (obras da carne) e quem anda no Espírito (fruto do Espírito).
No capítulo 6, dando continuidade a este ponto, procurando observar de uma maneira mais evidente o problema, Paulo propõe uma forma simples de identificar e praticar essa mortificação da carne e o viver no Espírito. Trata-se do amor prático.

Levar as Cargas Uns dos Outros (versos 1 a 6)

Neste ponto, os crentes são conduzidos a conceber que só exercitariam o seu coração na vida do Espírito quando começassem a agir em conformidade com a regra do amor ao próximo.
Ele volta ao tema da Lei e afirma categoricamente que levar as cargas uns dos outros é o cumprimento da Lei. Mas, aqui, no verso de número dois ele qualifica esta lei como sendo a Lei de Cristo.
Voltando ao verso 1, temos um caso concreto apresentado para ilustração. Trata-se de um caso que deveria ser considerado como um desafio: um faltoso o meio da congregação.
Ele diz que o crente guiado pelo espírito (vós que sois espirituais) tratam casos assim sempre com espírito de brandura. Ele está apenas exemplificando como agiria uma pessoa guiada pelo Espírito Santo, cuja mente está sendo fortalecida na fé espiritual.
Ao mesmo tempo, este que trata o outro com espirito de brandura tem de tomar cuidado com os juízos que fazemos dos faltosos. Ele faz um alerta, que indica que a pessoa guiada pelo Espírito Santo não se precipita a considerar a falta do outro, mas cuida de si mesmo para não cair do mesmo modo.
Este é o ponto a ser tratado na continuidade no verso 3: não pense muito elevadamente sobre você. É um gritante erro, quando estamos tentando ajudar alguém que está faltoso, agirmos como juízes e não como curadores. A isto ele chama de “engano”.
Os versos 4 e 5 devem ser considerados dentro deste contexto, pois, quando lidos isoladamente podem sugerir exatamente o contrário que o apóstolo tencionava. Perceba que ele está dando continuidade ao argumento ao usar a palavra “mas”.
O ponto mais central da passagem é o verbo “provar”, que em grego vem da raiz “dokimazo” que pode ser trazido por “examinar”. A ideia de Paulo aqui é a de conduzir o crente a ser juiz de si mesmo, da sua própria obra “erga” (labor). Isso é usar a mente para enxergar a si mesmo se não está incorrendo em falta, antes de avaliar a falta do outro.
Na verdade, não podemos crescer se avaliamos somente os outros. Para crescer, é necessário que estejamos mais prontos em sempre avaliar a nós mesmos, até mesmo na situação e queda de outras pessoas. Pois, na verdade, só podemos realmente avaliar a nós mesmos.
Aprender a aprender até com quem está errando pode ser um excelente exercício de metanóia, mudança de mente. Mas, se você aprender com qualquer irmão, não hesite em fortalecer a fé do seu irmão, falando para ele o quanto determinada situação está sendo também proveitosa para você. Mostre ao faltoso que a vida dele, de alguma maneira pode ser usada por Deus como está sendo usada na sua.

A lei da semeadura (versos 7 a 10)

 Paulo trabalha com um alerta e tem o objetivo de nos exortar e estimular à prática do bem ao nosso semelhante.
Quando afirma que de Deus não se zomba, está claramente esclarecendo que o nosso coração carnal pode enganar aos homens, mas nunca a Deus. Deus sabe a diferença entre quem vive pela carne e quem vive pelo espírito. Por isto é certo que ele nos dará conforme o modo como estamos vivendo, afinal nossas experiências revelam quem somos.
O tema do verso 8 trata da questão de que não podemos esperar esta bem na relação com Deus, se vivemos na carne, mas também que, por outro lado, podemos descansar no fato de que se nos esforçamos por andar no Espírito, colheremos o que do Espírito procede.
Os versos seguintes (9 e 10) concluem enfatizando o fato de que o nosso próximo é a lavoura onde semeamos. Na convivência e no amor ao próximo é que nos dispomos para a vida no Espírito. Portanto, aproveitar bem todas as oportunidades é sempre fundamental para quem deseja treinar a mente a viver segundo o Espírito Santo.

A vida como exemplo para os outros (versos 11 a 18)

Como Paulo está num momento bastante prático da aplicação da sua doutrina e da sua percepção sobre os erros das igrejas da Galácia, ele finaliza com um exemplo vivo, um contraste entre ele e os falsos mestres.
Ele não deixa dúvidas de que seja ele mesmo a falar de si. Não se trata de ostentação do ego, mas de uma clara convicção de estar no caminho correto.
Ele começa a colocar-se como exemplo explorando o contraste entre o propósito do “evangelho falso” pregado pelos falsos irmãos e o que ele pregou.
Nos versos 12 e 13, ele pontua sobre o fato de que os falsos irmãos sugerem um caminho carnal de auto justiça para os crentes da Galácia com a finalidade de contarem vitória pessoal por fazerem prevalecer o seu “evangelho” sobre eles. Contudo, o problema da incoerência deles é que, ao passo que exigem uma obra tão física e grotesca como a circuncisão, não estão dispostos a guardar a Lei, que dizem tanto apreciar. Provavelmente, porque mordiam e devoravam os que não se lhes submetiam.
Enquanto estes falsos mestres queriam mostrar força na sua capacidade de doutrinar e conduzir o povo a um sistema que os subordinava, Paulo, por outro lado, não precisava que o evangelho o exaltasse, desde que mostrasse e exaltasse a Cristo.
Por isto, ele jamais buscou gloriar a si mesmo como pregador do Evangelho aos gálatas, antes, preferiu que o seu evangelho evidenciasse a obra e suficiência da Cruz de Cristo (verso 14).
Ele completa o seu pensamento, dizendo que a Cruz de Cristo tirou todas as suas esperanças de glórias vindas do mundo e o fez descansar unicamente no fato de que Cristo mudou o seu coração e o fez viver segundo um princípio novo, que ele diz que é muito melhor que a circuncisão ou a incircuncisão: o ser nova criatura.
Esta é a norma, ou a lei que se deve seguir: o ser nova criatura, guiada pelo Espírito Santo, ter a mente restaurada para pensar cristorreferentemente. Paulo confirma que nenhuma falha havia no seu Evangelho. Ao contrário, ele sabia que este Evangelho lhe marcava com as marcas de Cristo.
Penso que a forma com que Paulo encerrou esta carta é significativa. Ele propõe a graça como no começo a propôs como padrão da nossa segurança em Cristo e pede que ela esteja com o espírito dos crentes, isto é, esteja no coração, mente deles. Uma vez que é assim que o Espírito faz: fala ao nosso espírito que somos filhos de Deus e por Ele clamamos Aba Pai

Nenhum comentário:

Postar um comentário